Intitulado “Trouble in Paradise”, o pavilhão polonês para a 17ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, volta sua atenção para o campo, nos convidando a refletir sobre a importância das áreas rurais para o futuro sustentável do planeta e as possíveis soluções que elas nos oferecem para enfrentarmos as principais crises e desafios do presente. Com curadoria do jovem escritório de arquitetura polonês, o PROLOG, em parceira com uma vasta equipe internacional de arquitetos e artistas, o pavilhão polonês será inaugurado nos Jardins da Bienal no próximo dia 22 de maio e estará aberto ao público até o dia 21 de novembro, além é claro, de disponibilizar todo o seu conteúdo on-line para aqueles que não puderem estar presentes na 17ª edição da Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza.
O projeto curatorial de “Trouble in Paradise” foi criado pelo PROLOG—um escritório de arquitetura fundado em 2017 por Mirabela Jurczenko, Bartosz Kowal, Wojciech Mazan, Bartłomiej Poteralski e Rafał Śliwa—em parceria com o também jovem arquiteto polonês Robert Witczak, daí o nome da equipe: PROLOG +1. Historicamente, a exposição do pavilhão polonês para a Bienal de Veneza é organizada por uma das mais importantes e renomadas Instituições Culturais do país, a Galeria de Arte Nacional de Varsóvia Zachęta. “Trouble in Paradize” procura narrar a história do futuro da vida no campo, refletindo sobre o retorno ao interior e o esvaziamento das cidades, propondo soluções sustentáveis para a ocupação do território em uma escala global.
As áreas rurais do nosso país são um lugar onde os principais problemas, esperanças e paradoxos de uma sociedade que passou de um regime socialista opressor a um sistema capitalista de livre mercado se tornam claros; neste contexto, tradição e progresso são como duas faces de uma mesma moeda, e as reformas radicais propostas para estas áreas encontraram tanto entusiasmo quanto resistência. Apesar da escala do território polonês, e considerando que mais de 40% da população do país vive hoje em áreas rurais, as questões relacionadas a esta tendência local de fuga das grandes cidades para o campo permanece pouco explorada no discurso arquitetônico contemporâneo. - PROLOG +1
Recentemente, um crescente número de pessoas têm considerado a possibilidade de voltar para o campo, trazendo as áreas ruais para o centro do debate sobre o futuro da arquitetura. No caso da Polônia esta questão é ainda mais crítica, isso porque áreas puramente rurais representam hoje aproximadamente 93% de todo o território nacional. Pensando nisso, a equipe de curadores do pavilhão polonês para a Bienal de Arquitetura de Veneza deste ano precisou desenvolver novas ferramentas para lidar com esta urgente realidade. Desta forma, eles decidiram abordar a questão a partir de uma explicação histórica narrada em três diferentes capítulos; o capitalismo primitivo, o socialista e o capitalista tardio. Cada um destes três períodos foram avaliados individualmente em termos de território, ocupação e moradia, com ênfase em projetos de apropriação de terras estimulado pelo estado polonês ao longo dos anos.
Ao entrar no pavilhão, os visitantes se deparam com uma linha do tempo panorâmica onde é possível acompanhar através de fotografias o desenvolvimento das áreas rurais do país ao longo dos anos. Com imagens impressas em tecido a partir de fotografias de Michał Sierakowski e Paweł Starzec, assim como criadas pelo artista Jan Domicz em colaboração com a equipe de curadores, o projeto gráfico do pavilhão polonês permitirá aos visitantes desfrutarem de duas experiências visuais paralelas; uma à distância, com a sensação de estar em meio na natureza, e outra mais próxima, permitindo observar em detalhe cada uma das imagens que compõe a paisagem do território rural polonês.
Cada uma das imagens que compõe este panorama carrega consigo uma série de informações. Como retratos fragmentados de um território descontínuo, estas fotografias representam um registro histórico sobre as formas de vida no campo, sobre seus processos e consequências na ocupação do território. – PROLOG +1
Além das imagens, os visitantes também encontrarão uma série de modelos tridimensionais, colagens e desenhos que acompanham o panorama fotográfico. Com toda a equipe engajada no processo de criação, estes múltiplos pontos de vista resultaram em uma maior diversidade propositiva sobre os possíveis futuros das áreas rurais do país, assim como diferentes formas de responder as crises e desafios que se apresentam no presente. A exposição “Trouble in Paradise” está sendo transformada em uma publicação, a qual incluirá uma série de artigos, ensaios fotográficos, textos dos curadores e imagens.
Trouble in Paradise
- Organização: Zachęta — Galeria de Arte Nacional de Varsóvia
- Encarregado: Hanna Wróblewska, diretora da Zachęta — Galeria de Arte Nacional de Varsóvia
- Pavilhão: Ewa Mielczarek e Joanna Waśko
- Projeto Curatorial: PROLOG +1 (Mirabela Jurczenko, Bartosz Kowal, Wojciech Mazan, Bartłomiej Poteralski e Rafał Śliwa + Robert Witczak)
- Em colaboração com: Atelier Fanelsa, GUBAHÁMORI + Filip + László Demeter, KOSMOS Architects, Rural Office for Architecture, RZUT, Traumnovelle
- Autores do Ppnorama do território rural polonês: Jan Domicz, Michał Sierakowski, Paweł Starzec e PROLOG +1
- Autores do glossário (online): Michał Sierakowski, Paweł Starzec, Wiktoria Wojciechowska, Patrycja Wojtas e PROLOG +1
- Identidade visual, projeto expositivo e projeto gráfico da publicação : zespół wespół
PROLOG
O PROLOG foi fundada em 2017 por Mirabela Jurczenko, Bartosz Kowal, Wojciech Mazan, Bartłomiej Poteralski e Rafał Śliwa. Com membros espalhados pelos quatro cantos da Europa, o PROLOG tem sua principal base na cidade polonesa de Wrocław (Breslávia). Focados no desenvolvimento de projetos de design, pesquisa, redação, exposições e workshops, o PROLOG procura desenvolver soluções únicas para cada contexto específico. Mais do que apenas um escritório, o PROLOG foi concebido como uma espécie de extensão do período de formação, incentivando seus membros a explorar novos territórios, a especular novas soluções e desenvolver experimentos inovadores. Além disso, o PROLOG foi um dos finalistas no concurso internacional para a sala de concertos de Tautos Namai em Vilnius, Lituânia, recebeu o segundo prémio no concurso internacional para uma sala de concertos em Żelazowa Wola, Polônia; e o segundo prêmio para o plano diretor de Interrodera em Szczecin, Polônia.